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A Direção da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, por intermédio do seu Comitê de Enfrentamento à Covid-19, acaba de lançar nova carta de posicionamento sobre a importância de sustentar o distanciamento social (físico) intensificado no estado para evitar a disseminação ampliada do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e garantir a capacidade de resposta do sistema de saúde. 

O documento defende a sustentação do isolamento nas próximas semanas com maior segurança do contexto epidemiológico e operacional, com um plano consistente de retomada das atividades, por[em participativo e com corresponsabilidades, além de ações amplas de informação, educação e comunicação para a sociedade. 

Clique aqui para acessar a carta na íntegra

Na ausência da disponibilidade de uma vacina ou de um tratamento eficaz para a infecção por SARS-CoV-2, destaca-se que o distanciamento social ainda representa a principal estratégia confirmada de “achatamento” da curva epidêmica. Embora reconheça os esforços das políticas públicas para contenção e mitigação da Covid-19 no Ceará e os resultados preliminares que indicam estabilização no número de novos casos detectados diariamente, a carta alerta para o fato de que a rede de atenção à saúde tem sido demandada próximo a seus limites operacionais, sob risco iminente de colapso.

Assim, recomenda-se cautela diante da tendência observada atualmente na diminuição do alcance da pandemia, tendo em vista o atraso de 7 a 14 dias na confirmação laboratorial de casos, bem como na potencial subnotificação de casos e de óbitos pela restrição ainda presente de acesso a diagnóstico da infecção por SARS-CoV-2. A carta vem a público após o anúncio do planejamento estadual para retomada de atividades econômicas e comportamentais no Ceará. As medidas foram anunciadas recentemente após a adoção de políticas mais restritivas de mobilidade desde o dia 08 de maio.

O documento lembra que os resultados do estudo Epicovid19 sobre a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Brasil, recém-divulgados no dia 25 de maio (sob a coordenação da Universidade Federal de Pelotas), apontaram para uma grande subestimativa do número de infectados. Para Fortaleza, foi estimada uma prevalência de anticorpos anti-SARS-CoV-2 de 8,7% (o que corresponderia a aproximadamente a 230.000 pessoas). Segundo consta na carta, os dados consolidam a necessidade de observação sistemática de padrões e tendências nas próximas semanas, com manutenção das medidas de distanciamento social até que haja confirmação de alcance de um eventual plateau na curva epidêmica no município e do próprio estado.

Por meio do documento, a Faculdade mantém o alerta para o panorama da epidemia em todo o estado, defendendo que, fora do cenário da capital, a morbimortalidade por COVID-19 além de elevada e crescente, apresenta um padrão desigual de ocorrência entre os municípios do estado, indicando provavelmente momentos diferenciados de curva epidêmica, assim como respostas desiguais da gestão e de desempenho da rede de atenção do SUS.

Sobre os esforços da FAMED/UFC

Desde março, a Faculdade de Medicina da UFC criou um Comitê de Enfrentamento à Covid-19 para deliberar posicionamentos, lançar recomendações e propor ações no âmbito da comunidade interna e externa à UFC.  Em abril, a instituição já havia lançado uma nota técnica em defesa do isolamento social no Ceará (confira aqui). Todos os documentos publicados podem ser acessados no site da própria Faculdade ou na plataforma Saúde Digital, organizada para atender as demandas do Comitê.