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O estudo é de 2018, mas tem importância histórica para o Brasil e especialmente para a região Nordeste. Por isso, vale a pena rever. Ano passado, uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFC e coordenada pelo prof. Aldo Lima, traçou a composição étnica do povo do semiárido nordestino, revelando questões desconhecidas ou pouco exploradas até então, o que rendeu publicação em uma renomada revista internacional.

A análise é resultado do desdobramento de uma pesquisa anterior sobre o impacto da genética nos casos de diarreia em crianças nordestinas por meio da coleta de DNA presente na saliva. Esta amostragem serviu de base para o estudo sobre a ancestralidade do povo que compõe atualmente o nordeste brasileiro. Mais de 1.500 crianças de até 36 meses de idade em cidades interioranas do Nordeste participaram.

Resultados encontrados

O estudo foi feito em parceria com a Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, usando técnicas avançadas e constatou marcas genéticas de três populações na composição de nosso povo: população europeia, africana e asiática. A diversidade de DNA mitocondrial revelou que mais 56% do material genético é de origem portuguesa e holandesa, quase 23% de origem africana (principalmente do Quênia) e pouco mais de 20% de origem indígena.

Os resultados permitiram descobrir também que nossos índios têm origem asiática, sendo descendentes de povos da região onde hoje fica Bangladesh e que migraram para a América há milhares de anos. Para o Prof. Alexandre Havt, a inovação do estudo está em trazer uma análise fidedigna sobre a origem genética de nossa veia indígena. Além disso, a pesquisa aponta para uma caracterização sólida da etnia da população nordestina, conforme defende o Prof. Aldo Lima.

Para mais informações, indicamos a reportagem lançada na UFC TV, destacando o estudo, bem como o artigo na íntegra, publicado no periódico Molecular Biology and Evolution (MBE).

Clique aqui para acessar o estudo na íntegra (em inglês)